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Desconstrução
sofá

Nos anos de 2020 e 2021 ficamos muito íntimos do sentimento de solidão, talvez um dos sentimentos mais apavorantes que podemos sentir, ele nos traz não só a dor, mas a necessidade de repensar. Desde coisas práticas, como reestruturar o modo de trabalho, até sentimentos complexos, como o medo de sair na rua, ou de voltar a se encontrar com alguém.

 

Olhando para a minha casa, me vi cercado de objetos que tiveram o seu uso reinterpretado infinitamente, ora para se confortar, ora para socializar. O sofá é um desses objetos.


Inicialmente colocados frente a frente, simulando quase um momento tribal de roda, os sofás são hoje posicionados em frente à televisão, para que as pessoas possam estar em companhia sem precisar de fato se fazer companhia. Por isso, suas formas são retas, alinhadas paralelamente à parede, pensadas para te deixar ali por horas.

 

Com os momentos de encontro colocados em suspensão, e movido por um desejo grande de retornar a eles, entendi que precisava desconstruir este objeto. Desconstruir esse uso que nos isola para reconstruir um uso que nos conecta.

 

Essa desconstrução do uso extravasou para a forma, em busca de um retorno àquele primeiro uso dos sofás como “uma roda tribal”. Este processo dá origem à linha de sofás “desconstrução”, com uma forma angular que coloca as pessoas sentadas “frente a frente” para conversar, socializar, discutir, repensar.

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